quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tendências ou Realidades: "As formigas têm megafones"

Tal post é resultado das aulas da pós que estou fazendo, na qual fui incitada a discutir sobre Tendências, Inovações e Suportes de Mídia. E ao pensar sobre tais conceitos, a minha reflexão sobre o que está como Tendência na mídia hoje, configura-se na verdade como realidade: A Valorização dos nichos.
O consumidor, espectador, ouvinte, leitor, enfim, não representa hoje nem de perto aquele receptor passivo que Shanon e Weaver falavam. Diante das novas tecnologias, o caráter de consumidor agrega-se ao de produtor. A democratização das ferramentas traz a maior possibilidade de acesso a informações, produção destas e ainda distribuição, o que eleva muito a condição de consumidor a produtor. Ou seja, o fluxo de mensagem cima para baixo já não se configura tão fortemente, os nichos também trazem poder nessa dinâmica. As especificidades de cada público apresentam cada vez mais conteúdo a ser estudado e potencial de abrangência.

Apresento a exemplo disso, e por isso trago meus exemplos como realidades e não como tendências vanguardistas, o mercado fonográfico, de moda e de entretenimento.
Para o mercado fonográfico, o produto enquanto ponto de partida já inexiste, não há mais a preocupação exacerbada com o produto, e sim com estratégias de sedução de um público, e nisso entra o mais que conhecido MySpace. Conquistar o público é a moeda da vez. Qualquer banda que não possua MySpace já tá mal das pernas.

No mercado da moda, as centenas de sites de Street Style representam os novos catálogos, servem de referências, configuram tendências e características peculiares de cada nicho, local, bairro, bares, etc. – um banco de dados gratuito para estudo de mercado de moda. O que faz também dos blogs para os blogueiros como um currículo viral – o seu conteúdo exposto a diversos públicos, que não só os colegas ao lado.

Para a indústria de entretenimento, a valorização do local está longe de ser algo novo, mas configura-se sim como uma tendência já utilizada, e sempre ratificada. Os programas de televisão, por exemplo, que trazem características regionais e locais conquistam os seus expectadores pela identificação que os mesmos percebem e legitimam a si.

Falo então, o que Chris Anderson já falou: “Milhões de pessoas comuns são os novos formadores de preferências” (ANDERSON, 2003, p 105), e dessa forma, acredito num enfraquecimento da cultura de massa enquanto niveladora e determinante, e sim no potencial cultural e mercadológico que os nichos possuem.


Acima o trabalho que apresentei, não sei se estou certa, tudo isso são apenas pitacos reflexivos(?).

ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: Do mercado de massa para o mercado de nicho. RJ: Elsevier, 2006.

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